A expansão das franquias em número de unidades avança para fora do eixo Rio-São Paulo, em outras capitais, algumas ligadas ao agronegócio, nas regiões metropolitanas e no interior do País. É o que revela o ranking das 30 Maiores Cidades em crescimento de número de unidades de franquias divulgado pela ABF – Associação Brasileira de Franchising Dessas 30 cidades, 12 não são capitais, sendo Belo Horizonte a terceira na lista. Ao analisarmos o ranking, observamos que houve um crescimento maior de operações de franquias nas cidades do interior ou naquelas que não são capitais. Enquanto a variação do número de unidades entre esses 12 municípios ficou em 21,1%, entre as 18 capitais listadas esse índice foi de 17,6%.

De acordo com o estudo, Manaus lidera o ranking pela primeira vez. A capital do estado do Amazonas, na Região Norte, apresentou a mais alta variação no número de pontos de venda (PDVs) de franquias entre o primeiro semestre de 2021 e o deste ano, com expansão 35,1% maior no período, saltando de 1.206 para 1.629 operações. Cidade muito ligada ao turismo, Manaus vivenciou esse período de forte recuperação do segmento de Hotelaria e Turismo (que está entre os que mais cresceram nos dois últimos semestres), o que refletiu na expansão das franquias localmente.

Completando as três primeiras posições do ranking, Cuiabá, capital de Mato Grosso, no Centro-Oeste, vem em segundo lugar, com variação positiva de 31,7% – de 840 para 1.106 unidades – com o crescimento possivelmente associado ao agronegócio, e a capital mineira Belo Horizonte, no Sudeste, que está ligada tanto à maior demanda por turismo quanto pelas commodities, ficou em terceiro lugar, com 30,9% – de 3.435 para 4.497 operações.

Em quarto lugar aparece a primeira cidade não-capital entre as dez maiores em variação no número de unidades de franquias. Um importante polo do franchising brasileiro, São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, registrou variação de 30,6% no período pesquisado, saltando de 1.044 para 1.363 operações. A seguir, na quinta posição, vem outra cidade paulista, mas da região metropolitana da Capital: Santo André, com 27,7% de variação e salto de 1.020 para 1.303 unidades.

Da sexta à nona posição reaparecem as capitais: Curitiba (PR), em sexto lugar, com variação de 27,2% e alta de 3.076 para 3.913 unidades; Florianópolis (SC), em sétimo, com 25,6%, passando de 1.026 para 1.289; Salvador (BA), em oitavo, com 25,3%, ampliando de 2.132 para 2.672, e Campo Grande (MS), em nono, com o mesmo percentual, passou de 961 para 1.204 PDVs. Fechando a lista das top 10 em crescimento de unidades, vem Jundiaí (SP), também com 25,3% de variação e alta de 800 para 1.002 unidades.

Para André Friedheim, presidente da ABF, “além de fatores locais, essa expansão se deve ao movimento de recuperação do franchising após dois anos de pandemia; das redes aproveitando os espaços vagos e melhores condições de negociação; àquelas que estavam melhor estruturadas e que conseguiram se adequar mais rapidamente ao novo cenário, retomando também de forma mais ágil seus planos de expansão”.

 

Top 20

No grupo das 20 cidades que mais cresceram em número de unidades no primeiro semestre deste ano frente a igual período do ano passado, São José dos Campos (SP) ocupa o 11º lugar, seguida da capital federal Brasília (DF), em 12º. Na 13ª posição figura outra capital, Belém (PA), e São Paulo (SP) vem a seguir, em 14º lugar. A capital Recife (PE) ficou na 15ª posição e em 16º vem a também capital Goiânia (GO).

Niterói (RJ), segunda maior cidade do Estado em população, ficou com o 17º lugar. Já Guarulhos (SP), igualmente o segundo município paulista em número de habitantes e integrante da Grande São Paulo, ficou em 18º.

A lista das top 20 em variação de unidades no franchising brasileiro é encerrada por outras duas cidades paulistas: São Bernardo do Campo (19º lugar), na região metropolitana de São Paulo, e Ribeirão Preto (20º), no Interior.

O levantamento mostra, portanto, uma expansão maior em cidades da Grande São Paulo e em polos do franchising no interior do Estado. No primeiro caso, esse movimento pode ser explicado a fatores como a crescente utilização do e-commerce, à adoção do “home office” ou do modelo híbrido de trabalho e ao menor deslocamento das pessoas, que acabam por consumir em suas cidades de origem. Já no caso dos polos do interior, a expansão está associada, entre outras razões, ao agronegócio.

Top 30

Fechando o ranking da ABF das 30 cidades com maior variação positiva em número de unidades, a capital gaúcha Porto Alegre (RS) lidera o terceiro bloco, em 21º lugar. A capital fluminense Rio de Janeiro (RJ) vem logo após, em 22º. Uberlândia (MG), no interior do Estado, ocupa a 23ª colocação. Outra cidade do interior, Campinas (SP), figura no 24º posto. A seguir a lista traz outra capital: São Luís (MA), na 25ª posição.

Cidades interioranas e capitais de diferentes regiões completam o ranking: Londrina (PR), em 26º lugar e Sorocaba (SP), 27º, e as capitais Fortaleza (CE), em 28º, Maceió (AL), 29º, e João Pessoa (PB), em 30º.

O estudo reforça, portanto, que cidades que estão ligadas a mercados que se recuperaram e cresceram mais entre os primeiros semestres de 2021 e 2022, como o de turismo, apresentaram uma variação maior no número de unidades, como, por exemplo, Florianópolis, Salvador, Rio de Janeiro, São Luiz, Fortaleza, Maceió e João Pessoa.

“É possível observarmos também que, com a pandemia, as franquias que mais avançaram na digitalização e/ou que lançaram novos modelos de negócios, novas propostas de serviços, exploraram novos nichos, com a estabilização, aceleraram sua expansão, o que refletiu no crescimento do número de operações nessas cidades. A tendência é que a capilaridade avance ainda mais e a interiorização das franquias se intensifique nos próximos anos”, conclui o presidente da ABF.

FONTE: https://www.abf.com.br/ranking-abf-30-maiores-cidades-revela-expansao-no-pais/